Um dia após mostrar Dilma (PT) numericamente à frente de Aécio (PSDB) na disputa presidencial, com 46% e 43% das intenções de voto, respectivamente, o Datafolha voltou às ruas do país para uma nova pesquisa, que confirma a tendência previamente registrada. Com 47% das intenções de voto, a candidato do PT manteve vantagem numérica sobre o tucano (43%), mas a disputa permanece empatada no limite da margem de erro. Há ainda 5% que declaram votar em branco ou nulo, e 4% que ainda não decidiram o voto (ante 6% na pesquisa realizada ontem).
Considerando somente os votos válidos, os índices dos candidatos e a distância entre eles permanecem iguais: Dilma tem 52%, ante 48% de Aécio, o que também configura um empate técnico dentro da margem de erro da pesquisa. Para o cálculo dos votos válidos são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. O procedimento é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição. No 1º turno, Dilma teve 42% dos votos válidos, e Aécio, 34%.
Nesse levantamento, realizado em 21 de outubro, o Datafolha entrevistou 4.355 eleitores em 256 cidades em todas as regiões do Brasil. A margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, para o total da amostra.
Entre os eleitores que declaram intenção de votar, 89% sabem o número de seu candidato à Presidência. Tanto entre os eleitores de Dilma como entre os...
que votam em Aécio o índice de conhecimento do número é o mesmo: 91%. Há ainda 7% que não sabem o número de seu candidato, 2% que citam um número incorreto, e outros 2% que pretendem votar nulo mas não sabem qual número irão digitar na urna eletrônica.
O nível de rejeição e aceitação das duas candidaturas mostra que Aécio não seria escolhido de jeito nenhum por 41% (ontem, 40%), enquanto Dilma enfrenta a rejeição de 39% (mesmo resultado do levantamento anterior).
A taxa de rejeição do tucano cresceu ao longo do 2º turno: na primeira pesquisa desta etapa da eleição, realizada entre 08 e 09 de outubro, 34% declaravam não votar de jeito nenhum em Aécio; na semana seguinte, entre 14 e 15 de outubro, a taxa de rejeição do candidato subiu para 38%; ontem, chegou a 40%, e hoje oscilou para 41%. No mesmo período, a taxa de rejeição da candidata Dilma Rousseff passou de 43% para 39%, com em estabilidade entre ontem e hoje.
Uma parcela de 45% votaria com certeza em Dilma, 15% poderiam votar, e 1% não tem opinião sobre sua candidatura. O índice de certeza do voto na atual presidente supera o registrado por Aécio, em quem 40% votariam com certeza, 18% poderiam votar, e 1% não tem opinião.
A inclinação dos indecisos também foi mensurada novamente e, se o 2º turno fosse hoje, Dilma teria mais chance de receber o voto de 29% deles, e Aécio, de 23%. Devido à base menor de entrevistados, a margem de erro para esses resultados é maior do que a do total da amostra, o que coloca os percentuais da petista e do tucano em um patamar similar. Há ainda 40% neste grupo que reafirmam não ter uma opção de voto, e 7% indicam que não votariam em nenhum deles.
Neste momento da campanha eleitoral, a expectativa de vitória da candidata do PT, compartilhada por 48% dos eleitores, supera a expectativa de vitória no candidato do PSDB (40%). Uma fatia de 12% não tem opinião sobre quem sairá vitorioso da disputa. Entre os que declaram votar em Dilma, 82% acreditam que ela será reeleita, 7% veem vitória de Aécio, e 10% não souberam responder. No grupo de eleitores de Aécio, 78% avaliam que ele será eleito no próximo domingo, 13% acreditam que a vitoriosa será a candidata do PT, e 10% não opinaram. Entre os indecisos, resultados iguais: 33% acreditam em vitória da petista, outros 33%, em vitória do tucano, e 34% não souberam responder.
Metade dos eleitores (50%) tem grande interesse na eleição, e 28% têm interesse médio. Há ainda 7% que tem um pequeno interesse, 14% que estão desinteressados, e 1% não tem opinião sobre o assunto. Entre os eleitores de Dilma, 54% têm grande interesse, índice igual ao verificado entre os que preferem Aécio Neves.
36% apontam Aécio como mais agressivo
A maioria dos eleitores (71%) rejeita a agressividade na campanha eleitoral, e 27% avaliam que a agressividade faz parte da disputa e é natural. Uma fatia de 2% não tem opinião sobre o assunto. Entre os mais jovens, fica acima da média a fatia de eleitores que avaliam a postura agressiva na campanha como natural (32%). Esse índice cai conforme avança a idade do eleitor, e atinge 20% entre os mais velhos. No Nordeste, 25% acreditam que a agressividade faz parte da disputa; no Sul, 34%.
Na opinião de 63%, os candidatos que disputam o 2º turno da campanha presidencial estão sendo muito agressivos, e 29% avaliam que estão sendo um pouco agressivos. Apenas 4% apontam que não estão sendo agressivos, e 4% não têm opinião sobre o assunto. Entre os eleitores menos escolarizados, 56% acreditam que a campanha entre Dilma e Aécio tem sido muito agressiva, índice inferior ao registrado entre os que estudaram até o ensino médio (65%) ou possuem ensino superior (72%).
Questionados sobre quem tem sido mais agressivo neste 2º turno, 36% apontaram Aécio Neves, e 24%, Dilma Rousseff. Para 32%, os dois estão têm sido agressivos, 1% avalia que nenhum deles, e 7% não souberam responder. Entre os que declaram votar em Dilma, 60% apontam o tucano como mais agressivo, 26%, ambos, e 5%, a própria petista. Entre os eleitores de Aécio, 46% avaliam a candidata do PT como mais agressiva, 35% indicam ambos, e 12% citam o próprio tucano. Na fatia de eleitores indecisos, 24% acreditam que Aécio é o mais agressivo, e 13% apontam Dilma.
47% não votariam se voto não fosse obrigatório
Se o voto não fosse obrigatório no Brasil, 46% dos eleitores do país não iriam votar no próximo domingo, e 53% compareceriam às urnas. Quanto mais baixa a escolaridade do eleitor, menor sua disposição para votar: entre os eleitores com ensino fundamental, 46% iriam votar se não houvesse obrigatoriedade; entre aqueles que estudaram até o ensino médio, o índice sobe para 52%; e entre os que estudaram até o ensino superior, alcança 68%. Entre os eleitores de Dilma, 58% iriam votar se o voto não fosse obrigatório, índice similar ao registrado entre os eleitores de Aécio (56%).
A fatia do eleitorado que não votaria se não houvesse obrigatoriedade alcançou 57% em maio deste ano, e desde então vem caindo. Em julho, recuou para 54%; no final de agosto, foi a 50%; e agora, com a proximidade da eleição, fica em 47%.
A obrigatoriedade do voto tem o apoio, atualmente, de 40% dos eleitores brasileiros. A maioria (55%) é contrária, 4% são indiferentes, e 1% não tem opinião sobre o tema. Na comparação com levantamento realizado no final de agosto, o apoio à obrigatoriedade ficou igual (40%) e posição contrária teve oscilação negativa (era de 56%).
Governo Dilma é aprovado por 42%
O governo da presidente Dilma Rousseff (PT) é aprovado, atualmente, por 42% dos eleitores, resultado que confirma tendência de ligeira alta verificada ontem (42%) na comparação com pesquisa realizada na semana passada (40%). Os demais eleitores de dividem entre os que reprovam a gestão atual (20%) e aqueles que a consideram regular (37%). Esses índices também ficaram estáveis na comparação com o último levantamento. Uma fatia de 1% não opinou.
De 0 a 10, a nota média atribuída atualmente ao governo Dilma Rousseff é 6,3.
A presidente consegue aprovação acima da média entre aqueles que acreditam que a inflação ficará estável nos próximos meses (50%), na fatia dos que avaliam que o desemprego irá diminuir (51%), entre os eleitores que preveem aumento no poder de compra (49%) e entre aqueles que acreditam que irá melhorar a situação econômica do país (50%) ou a situação econômica pessoal (48%).
Fonte: Datafolha