O governo federal cobrou, neste domingo, explicações dos Estados Unidos sobre a espionagem de cidadãos e empresas brasileiras pela Agência de Segurança Nacional dos EUA na última década, segundo documentos coletados pelo ex-técnico Edward Snowden, aos quais O GLOBO teve acesso.
O Ministério das Relações Exteriores pediu esclarecimentos ao embaixador dos EUA Thomas Shannon e já acionou a embaixada brasileira em Washington para fazer o mesmo diretamente ao governo americano. Além disso, o governo brasileiro vai entrar com uma moção na Organização das Nações Unidas (ONU) pedindo aperfeiçoamento da segurança cibernética para evitar esse tipo de abuso por parte de um país.
A reação foi articulada pela presidente Dilma Rousseff, na manhã deste domingo, em reunião no Palácio da Alvorada com os ministros Paulo Bernardo (Comunicações), Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Ideli Salvatti (Relações Institucionais), José Eduardo Cardozo (Justiça), Aloizio Mercadante (Educação) e Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência).
Em outra frente, o líder do PSOL, deputado Ivan Valente (SP), pretende apresentar um requerimento, no máximo até terça-feira, convidando o embaixador americano para dar explicações na Comissão de Relações Exteriores da Câmara. No Senado, o líder do partido, senador Randolfe Rodrigues, também fará a solicitação.
- A soberania nacional exige cobrança drástica da conduta inaceitável e invasora do governo norte-americano - afirma Ivan Valente. - As ruas devem execrar e repudiar a atitude de "polícia de mundo" dos Estados Unidos.
Contatado pela agência internacional de notícias AP, o porta-voz da embaixada americana em Brasília, Dean Chaves, limitou-se a dizer que o caso seria comentado apenas pelo governo em Washington. Repercutindo a revelação de O GLOBO, a AP também entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores brasileiro, que por meio de seu porta-voz, Tovar Nunes, disse que se a espionagem for comprovada "seria algo sumamente grave", ao qual o governo brasileiro "responderia de acordo com a gravidade".
Informações: MidiacomNews
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