"É uma hipocrisia desmesurada criticar a necessidade de governabilidade. É trapaça. É uma tentativa revoltante de enganar a sociedade."
No primeiro turno da eleição presidencial de 1989, votei em Mario Covas "por falta de opção". Aos 30 anos, foi meu primeiro voto para presidente e eu, tanto quanto qualquer outro, sabíamos que teríamos que "acertar" na primeira eleição para esse cargo após quase três décadas sem votar. Nesse aspecto, Covas parecia mais "confiável".
Apesar disso, havia um frisson em torno da figura carismática de Lula, o que, no futuro, mostrar-se-ia justificado. Muitos entenderam que suas dificuldades em usar a norma culta do idioma, comendo esses e violando a concordância verbal, não impediriam que, caso fosse eleito, fizesse um governo do povo, pelo povo e para o povo.
Contudo, não foram as suas dificuldades com o idioma ou a falta de um diploma universitário – argumentos dos seus adversários de então para desqualificá-lo – que me impediram de lhe dar meu voto no primeiro turno. Votei em Covas porque o PT me irritara profundamente ao se negar a assinar a nova Constituição, um ano antes.
"O PT é muito radical", dizia eu... Leia mais clicando aqui.
pOR: EDUARDO GUIMARÃES
0 comentários:
Postar um comentário
A opinião do nosso leitor é: