Estudantes e professores do Curso de Farmácia da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – Uesb, campus de Jequié, saíram às
ruas no fim da tarde desta terça-feira (18) em forma de protesto. Eles
manifestam-se contra o relatório sobre a Medida Provisória (MP) 653/2014, pela
comissão mista do Senado, que visa flexibilizar a presença do farmacêutico em
farmácias caracterizadas como pequenas ou microempresas. Pela Lei 13.021/2014,
publicada em agosto, a presença desse profissional é obrigatória em todos os estabelecimentos
farmacêuticos, enquanto o comércio funcionar. Com a medida provisória, porém,
as farmácias enquadradas no Estatuto da Micro e Pequena Empresa (Lei
Complementar 123/2014) passaram a adotar as regras da Lei 5.991/1973.
Essa lei
permite, em casos específicos, a presença de “prático de farmácia, oficial de
farmácia ou outro”, inscrito em Conselho Regional de Farmácia (CRF), como
responsável do estabelecimento, desde que comprovada a ausência de farmacêutico
na região. Essas unidades ainda devem ser licenciadas pela autoridade sanitária
local. Para os manifestantes, ”a medida é prejudicial a saúde da população,
permite a ausência do profissional no seu devido espaço, além de proibir os
Conselhos de punirem as farmácias por suas irregularidades, passando a
fiscalizar exclusivamente o exercício profissional”. A tramitação da MP tem sido cercada de polêmica em todo o
Brasil, desde sua edição. Segmentos contrários à medida afirmam que o
relaxamento da exigência de farmacêutico nos estabelecimentos fere acordo
construído para a aprovação da Lei 13.021/2014.
O deputado Manoel Junior (PMDB-PB), relator da MP, foi
bastante criticado pelos participantes. O parlamentar paraibano manteve o
relaxamento da exigência de farmacêutico em farmácias caracterizadas como
pequenas ou microempresas e acatou emenda para permitir assistência do
profissional de forma remota. No relatório, o deputado reconhece que a presença
obrigatória de farmacêutico, conforme determina a Lei 13.021/2014, torna a
dispensação dos medicamentos mais segura e de melhor qualidade. No entanto, ele
aponta déficit de profissionais para atender a demanda e dificuldades de
cumprimento da norma por pequenas farmácias, especialmente em cidades do
interior.
Do Blog Marcos Frahm
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