O risco é de um ato tresloucado entre Colômbia e Venezuela
O governo venezuelano deu 72 horas para que a embaixada da Colômbia em Caracas seja fechada, e os funcionários deixem o país. O anúncio de Chávez aconteceu depois que o governo colombiano fez uma queixa à OEA, dizendo que a Venezuela abrigaria em seu território acampamentos das Farc. Chávez usou palavras duras, referiu-se ao presidente colombiano, Álvaro Uribe, como “presidente mafioso” e chegou a dizer que “no caso de uma guerra com a Colômbia, iria chorando, mas teria que ir…”
Chávez também colocou em alerta as tropas na fronteira com a Colômbia. Há pelo menos um precedente preocupante: em 2008, aviões colombianos atacaram um acampamento das Farc no lado equatoriano da fronteira. No episódio, morreram vários guerrilheiros, entre eles Raul Reyes, à época o número 2 das Farc. A Venezuela entrou na briga ao lado do Equador para protestar.
Agora, o risco é de que algo semelhante ocorra do lado venezuelano. Qualquer ataque a eventuais campos de treinamento da guerrilha no território da Venezuela, qualquer violação de fronteira, poderia ser encarado como um ato de guerra. Passível de retaliação
Álvaro Uribe está saindo do governo com a popularidade nas alturas (por volta de 70%), após oito anos na presidência. Mal ou bem (às custas de sucessivas violações aos direitos humanos, segundo ONGs), conseguiu golpear as Farc como nenhum outro presidente na história. Atualmente, a guerrilha está praticamente acéfala, teve suas principais cabeças decepadas. De quebra, Uribe conseguiu eleger seu sucessor. Eleito com 68% dos votos, Juan Manuel Santos é, ovbiamente, continuador das políticas de Uribe, mas não se sabe até o momento como irá se comportar com relação às Farc.
O ato de Uribe, de comprar de novo briga com Chávez, ao levar o caso às instâncias internacionais, é também um gesto de um presidente em fim de mandato, querendo escrever seu nome na História - e quem sabe retornar daqui alguns anos.
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