Ganho significativo de peso, ciclos menstruais irregulares, hipertensão, colesterol alto, dificuldade para engravidar, aumento da oleosidade da pele, acne, excesso de pelos (hirsutismo) em regiões como rosto, seios e abdômen e queda de cabelo podem ser sintomas da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), distúrbio hormonal crônico que atinge entre 7 e 10% das mulheres em idade reprodutiva. Segundo estimativas mundiais, cerca de 50% das mulheres acometidas pelo distúrbio sofrem com sobrepeso ou obesidade, e, por sua vez, o aumento de peso agrava a Síndrome, caracterizada pela presença de microcistos no ovário, produção excessiva de hormônios masculinos (principalmente testosterona) pelo organismo e pela falta de ovulação ou ciclos ovulatórios esporádicos.
“A paciente acometida pela Síndrome tem o ciclo menstrual irregular ou, muitas vezes, nem menstrua e passa a ter dificuldade para engravidar e outras implicações na sua saúde e na vida social e afetiva”, explica o ginecologista Jorge Valente, diretor médico do Ceparh (Centro de Pesquisa e Assistência em Reprodução Humana). Em alguns casos, há pacientes que também apresentam sangramento vaginal aumentado (hemorragia uterina).
É importante ressaltar que 25% das mulheres que possuem ovários policísticos identificados em exames de ultrassonografia não apresentam a Síndrome. “Nem todas as pacientes com ovários policísticos param de ovular”, afirma o especialista.
Além de favorecer à obesidade, o distúrbio aumenta o risco da mulher desenvolver infertilidade, diabetes, doenças cardiovasculares e câncer do endométrio. A Síndrome é um dos fatores, frequentemente, responsáveis pela infertilidade e abortamento, no entanto, quando tratada a mulher pode recuperar sua capacidade de engravidar.
De causas multifatoriais, a Síndrome dos Ovários Policísticos apresenta-se das mais variadas formas e seu tratamento deve ser sintomático e individualizado, de acordo com o quadro da paciente e com o que ela deseja. Caso a paciente não tenha o desejo de engravidar, o tratamento da síndrome, geralmente, é feito com anticoncepcionais orais, mas aliar dieta e atividade física também são fundamentais na melhora do quadro. O desequilíbrio hormonal causado pela síndrome costuma desencadear a obesidade e o excesso de peso, por consequência, piora o distúrbio dos hormônios. O ganho de peso é um sintoma e, ao mesmo tempo, uma causa.
“No caso das pacientes com sobrepeso ou obesidade, a perda dos quilos em excesso através da adoção de uma alimentação saudável e de atividade física regular são fundamentais na correção desse distúrbio e de todas as implicações na saúde da mulher”, lembra o médico. “Mudar o estilo de vida pode reverter o quadro do distúrbio e das suas complicações,” acrescenta o médico Jorge Valente. Para a paciente que está tentando ser mãe, o tratamento é feito através de medicamentos para estimular a ovulação.
Além do exame clinico, o diagnóstico é feito através de exame de imagem (ultrassom transvaginal) e laboratorial.
Marcos Paulo Sales – Assessoria de Imprensa
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