Com 8 votos favoráveis e 7 contrários, o médico e vereador Élio Boa Sorte Fernandes (PP) foi eleito nesta quinta-feira, 1º de janeiro, o novo presidente da Câmara Municipal de Jaguaquara, para o Biênio 2015-2016. Além de Élio, compõe a nova mesa diretora do legislativo jaguaquarense, Jacilene Silva (PP), na vice-presidência e Lindoval Muniz (PP), será o 1º secretário. O vereador Élio (foto acima) assumiu a presidência logo após ser conduzido ao cargo, mas de fato começará a exercer o mandato de líder a partir de fevereiro, os trabalhos legislativos de 2015 forem iniciados. O novo presidente destacou que não pretende fazer oposição ao prefeito de Jaguaquara, Giuliano Martinelli (PP), que apesar de ter apoiado a candidata da chapa 2º, derrotada na disputa pela presidência, Marleide Pinto (PP), ainda é considerado um aliado do presidente leito. Boa Sorte disse que, manterá, com o Executivo, uma relação extremamente diplomática, convergente, observando os problemas da cidade, mas colocando sempre a Câmara como autônoma. ”Vamos ter a mesma preocupação do Executivo com os problemas da cidade, mas seguindo as leis, obedecendo aqui o que rege o regimento interno desta casa”.
Élio é empossado presidente ao lado da família Élio é empossado presidente da Câmara ao lado da família
A eleição de Dr. Élio escancarou a fragilidade da base do prefeito na Câmara. Antes da votação, a oposição, mesmo nanica, composta por dois parlamentares, Nildo Pirôpo e Adailson Mancha do PT entrou na casa com o acompanhamento do eleito presidente e de mais cinco edis, os governistas: Waldenor Souza (PP), Lindoval Muniz (PP), Uelson (PRB), Jacilene Silva (PP) e Edmilson Barbosa (PTB), que se uniram aos oposicionistas para vencer a chapa 2º, contrariando a vontade do Executivo, que demonstrava preferência por Marleide. A união de governistas com oposicionistas transformou a sessão de eleição num tumulto na Casa. Vereadores integrantes da chapa vencedora, aliados ao prefeito Giuliano alegam ter sido agredidos por correligionários de Martinelli, que não aceitavam que os edis optassem pela candidatura de Élio.
Durante o processo, os integrantes da chapa 1º estiveram reunidos em salas da Câmara, para evitar pressões. Os vereadores somente voltaram em peso, quando foi iniciada no plenário a sessão de eleição e depois de acionada a Polícia Militar, para conter os ânimos. Mesmo sem discursos exaltados, parlamentares da Chapa 1º e até o presidente Boa Sorte após a vitória chamaram a atenção do prefeito Giuliano, que acompanhava a votação, para apurar e punir rigorosamente os envolvidos na confusão. Élio ainda prometeu ir a Delegacia registrar ocorrência, caso sejam identificados os agressores.
Tensões:
*O vereador Waldenor Souza o ”Bode da Saúde” foi um dos que revelaram ter passado por maus bocados por ter optado pela chapa 1º, elegendo Élio Boa Sorte. Waldenor ao discursar na Casa, como um dos articuladores da vitória de Élio, disse que tentaram invadir a sua residência, durante a madrugada, com os seus familiares e que o seu automóvel de uso particular teve os pneus estourados por supostos vândalos. Ele explicou que permanece na base do prefeito Giuliano, mas que teria deixado claro que não votaria com a candidata que obteve a preferência do gestor, Marleide Pinto (PP), tendo ressaltado que a democracia foi interpretada de forma errônea e que não se pode impedir o direito da escolha.
*O outro vereador a relatar problemas foi Edmilson Barbosa, o Dema do PTB, que abriu mão da candidatura de presidente da Câmara de Jaguaquara em favor de expandir a aliança entre oposicionistas e governistas insatisfeitos em torno do nome do eleito presidente Élio Boa Sorte Fernandes (PP), dois dias antes do anúncio dos nomes de Élio e Marleide como novos postulantes ao cargo de líder do Poder Legislativo. As conversas para a adesão a candidatura de Boa Sorte para o enfrentamento a candidata predileta do prefeito tiveram a participação do vereador Dema, que para não deixar a vereadora Marleide sentir o sabor da vitória abdicou da candidatura à presidência para eleger Dr. Élio, médico vereador que se tornou o líder dos parlamentares na Casa. Durante o seu discurso, Dema revelou que mantém viva a esperança de um dia chegar ao cargo de presidente da Câmara de Jaguaquara e parabenizou aos integrantes da chapa 1º pela vitória apertada, 8 a 7 votos, mas que segundo ele, representa a união de um grupo independente que surge na Casa.
O petebista confidenciou que, na tumultuosa eleição, foi agredido com socos nas costas por supostos agressores ligados a administração da Prefeitura, que demonstravam-se revoltados, mesmo antes da derrota da chapa 2º, encabeçada pela vereadora Marleide, apoiada pelo prefeito Giuliano Martinelli (PP). ”Fui agredido quando entrava na câmara com os colegas de chapa, fui agredido pelas costas, mas saímos vitoriosos”. Apesar de já considerado opositor, Dema assegura que não pretende fazer oposição a Martinelli e diz que permanece na base governista. Mas, segundo os bastidores, não há garantia de que Edmilson ficará na condição de aliado do Executivo.
*Veja o que falou outro vereador, que alegou ter trido problemas: "Isso foi vergonhoso, por parte de gente muito ligada ao prefeito, usando uma maneira de intimidar. O vereador Bode falou em alto e bom som que bateram na janela de sua casa, intimidando suas filhas, cortaram pneus do carro do colega. Eu e o vereador Mancha fomos perseguidos à noite, por um carro não identificado, em alta velocidade. Propostas indecentes vieram de lá para nós, para votarmos na candidata Marleide, foram conversas dizendo que teriam ofertas, mas não aceitamos. Somos vereadores de oposição, mas aqui na casa não atrapalhamos o município, aprovamos tudo que de benefício for para a nossa cidade, mas o prefeito é que tem feito muito pouco por Jaguaquara”, brada Nildo Pirôpo.
"As duas chapas foram compostas por vereadores aliados do prefeito, mas todo mundo sabe que, a preferência do prefeito, e de secretários municipais que trabalhavam nos bastidores era pela candidatura da vereadora Marleide e nós conduzimos o processo muito bem, sem aceitar as propostas indecentes, para eleger Dr. Élio, que não era o candidato desejado da base”, continuou.
"Não estamos influenciado ninguém a ser oposição, mas se eu fosse Élio, ou qualquer outro da mesa, a partir de hoje eu me declarava oposição, porque tem vereadores da chapa derrotada tentando jogá-los contra o prefeito apenas pelo fato da aliança para definir a chapa ter sido feita por nós, opositores. Na política é preciso inteligência, principalmente num momento de estratégia, de articulação numa eleição, mas se eles não tem inteligência nem pra governar a cidade, que está num caos, infelizmente não podemos fazer nada”, conclui o líder da oposição.
Do Blog Marcos Frahm
0 comentários:
Postar um comentário
A opinião do nosso leitor é: