Convencido
de que os Estados Unidos trabalham para fomentar uma guerra civil na Venezuela,
à semelhança da Síria e Líbia, com o fim de apossar-se do maior manancial de
petróleo mundo existente naquele país, o presidente Nicolás Maduro determinou
agora há pouco ao ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, e à
ministra do Interior, almirante, Carmen Meléndez, “colocar as forças policiais
e militares da pátria em alerta máximo”.
Maduro,
que há uma semana desbaratou uma tentativa de golpe cívico e militar, denuncia
desta vez que “paramilitares estão sendo infiltrados, a partir da Colômbia,
para gerar tumulto e violência em seu país: “Querem infiltrar grupos armados
treinados pelos paramilitares da Colômbia, obedecendo a ordens do norte
(Estados Unidos), para destruir a pátria de Bolívar”.
Para
contraatacar as investidas externas e internas contra a revolução bolivariana,
iniciada por Hugo Chávez há 15 anos, Nicolás Maduro afirmou que o desafio é
produzir mais e garantir o cumprimento das metas (do governo nacional). Para
isso, fez um chamamento aos trabalhadores a permanecer de sobreaviso ante os ataques
da ultradireita. Por fim, solicitou o respaldo da classe operária para defender
a democracia e a paz na Venezuela.
Antes
a rede de elevisão Multiestatal Telesur transmitiu um documentário sobre as
denúncias de violações dos direitos humanos, em que comprova, com imagens, que
a prisão do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, ocorrida na semana passada,
se deu com base judicial e sem qualquer tipo de violência como a relatada pela
mídia internacional. Segundo este relato, Ledezma sofreu violência física e foi
sequestrado por indivíduos encapuzados. O vídeo da telesur, ao contrário,
mostra Ledezma caminhando tranquilamente sob a escolta de agentes do serviço de
inteligência (Seibin) e ainda fazendo com os dedos o V da vitória.
No
mesmo vídeo, a rede venezuelana, também integrada por capital da Argentina,
Bolívia, Cuba Equador, Nicarágua e Uruguai, faz um relato dos massacres
comandados pelos governos que antecederam Hugo Chávez, mostrando que três mil
pessoas foram mortas no Caracazo de 1989, sob o regime do presidentte civil
Carlos Andrés Pérez.
"Não há dúvidas a respeito: isolar e derrotar o
governo venezuelano é a bola da vez na estratégia norte-americana para
recuperar hegemonia na América Latina", diz o jornalista Breno Altman,
editor do Opera Mundi e colunista do 247; "Outras administrações também
são alvos de operações desestabilizadoras – como é o caso da Argentina e, em
certa medida, também o do Brasil. Mas sobre Caracas é a ofensiva mais
relevante"; segundo ele, a prisão seguiu trâmites legais; "Golpista
de primeira hora em 2002, quando a direita tentou derrubar Chávez, Ledezma foi
denunciado por um dos oficiais acusados pelos protestos violentos do ano
passado.
Café na Política
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