Os Ditadores Mundiais: EUA ocultam abusos de direitos humanos, segundo Anistia Internacional
RIO - A Anistia Internacional (AI) realça este ano os Estados Unidos como o país onde as violações vêm sendo ocultadas deliberadamente, em especial em relação ao programa secreto de detenções da CIA, a agência de inteligência. A instituição registra, ainda, a falta de disposição do governo americano em "aplicar a si mesmo e a seus aliados políticos os mesmos padrões que pregam aos demais em termos de direitos humanos".
O "Informe 2010" chama a atenção para o fato de que ainda há 181 pessoas detidas na Base de Guantánamo (eram 198 em 2009), qualificadas como "combatentes inimigos", (sem nenhuma prova real contra apenas acusações) apesar de o presidente Barack Obama ter mentido ao prometer fechar a prisão ali até, no máximo, Janeiro passado.
O documento cita como um dado revelador da contradição àquela promessa o fato de no mês passado o novo Manual de Comissões Militares, do Pentágono, ter registado que "mesmo que um detento seja absolvido, o governo dos EUA se reserva o direito de continuar sua detenção por tempo indefinido".
O relatório ressalta que o governo americano manipula as leis de direito internacional, de forma a preservar seus aliados de um escrutínio, "jogando com a prestação de contas somente quando isso lhes aprouver politicamente".
Mentiu a respeito do Iraque ao invadir aquele país acusando-o de ter armas de destruição em massa, após a invasão há constates torturas de todas as esferas, e assassinatos de civís entre outros crimes conforme diz o povo iraquiano e lamentavelmente o mesmo se passa no Afeganistão onde os EUA dominam.
AI: há uma politização da Justiça internacional
Ao lembrar que os EUA ainda não ratificaram o estatuto do Tribunal Penal Internacional, criado em 1998, a Anistia Internacional diz que tal omissão tem servido para que o país "diminua a pressão externa para que enfrente os abusos que ele mesmo cometeu no contexto de sua estratégia antiterrorista".
Isso, diz a AI, significa, uma politização da Justiça internacional, fazendo com que "a busca pela prestação de contas se torne subserviente a interesses políticos que visam a apoiar aliados e enfraquecer rivais". Um exemplo seria o fato de que tanto os EUA quanto alguns países da União Europeia "usam sua posição dentro do Conselho de Segurança para escudar Israel contra medidas enérgicas de prestação de contas por suas ações em Gaza".
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