Instituições que representam os médicos no Brasil são contra a abertura de vagas em cursos de medicina anunciada pelo governo federal na última semana. O edital, feito em conjunto pelos ministério da Saúde e Educação, prevê a abertura de 1.887 vagas em 22 cidades de oito Estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O objetivo é elevar o número de médicos do Brasil para 600 000 até 2026 (em 2013 haviam 374 000). No entanto, de acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Paulista de Medicina (APM), a iniciativa federal, parte do Programa Mais Médicos, não surtirá os efeitos esperados na saúde pública brasileira. "Esse é um ato de irresponsabilidade", afirma Mauro Ribeiro, vice-presidente do CFM. "Atualmente, o Brasil tem cerca de 150 escolas médicas. Em número absolutos perdemos apenas para a Índia, país com mais de 1 bilhão de habitantes. Abrir novas escolas não vai resolver o problema da saúde pública no país, pois os locais selecionados para receber estes cursos não têm condições de ensinar medicina. Faltarão profissionais qualificados para lecionar e hospitais-escola para preparar os alunos", Para a APM, a medida poderá também ter impacto negativo nos cursos de formação que existem atualmente. "A formação dos médicos no país está se deteriorando gradativamente graças ao aumento de instituições que não oferecem o mínimo para o ensino. Isso resultará certamente no agravamento da situação assistencial do Brasil", afirma Florisval Meinão, presidente da Associação Paulista de Medicina. De acordo com as instituições para atrair médicos a regiões mais afastadas dos grandes centros e, principalmente, para fixá-los nessas regiões é preciso oferecer locais com boa estrutura tanto para a formação quanto para a atuação do profissional.
Agora será que um fato justifica outro?
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