quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Presidente do Irã diz que EUA não têm moral para criticar condenação de mulher


O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse nesta quinta-feira (18) que os Estados Unidos, onde mais de 50 mulheres estão no corredor da morte, não têm o direito de criticar a República Islâmica pela condenação ao apedrejamento de Sakineh Mohammadi Ashtiani, acusada de adultério e suposta participação no assassinato do marido. 

- Tenho um lista de 53 mulheres condenadas à morte nos Estados Unidos e que atualmente esperam para ser executadas. Nessa situação surge a pergunta: se o problema com uma mulher no Irã é visto como uma violação dos direitos humanos, por que não se coloca o caso das 53 mulheres nos Estados Unidos? 
Ahmadinejad perguntou por que a imprensa se cala quando os EUA condenam alguém à morte, mas cria enorme repercussão quando o Irã o faz. 

- Se eles acham que é dessa maneira que ensinam o povo iraniano, não é assim. Eles matam as pessoas na Ásia, na África e condecoram os assassinos. 
Sobre Sakineh, Ahmadinejad disse que o caso "está seguindo o procedimento judicial". 
- Consideramos que este assunto não levanta nenhum problema. 
A condenação de apedrejamento contra Sakineh, de 43 anos, mãe de dois filhos, despertou uma onda de críticas e protestos da comunidade internacional. 
Sakineh foi condenada à forca pela acusação de envolvimento no assassinato do marido e ao apedrejamento por acusações de adultério. A sentença por homicídio foi comutada, após apelação, por uma pena de dez anos de prisão, mas o Supremo Tribunal confirmou a condenação ao apedrejamento em 2007. 
Em julho deste ano, após intensa campanha internacional para evitar o apedrejamento da iraniana, a Justiça suspendeu a aplicação da pena e anunciou uma nova análise do caso. 
Irã critica potências por programa nuclear 
Durante visita ao Azerbaijão, nesta quinta-feira, Ahmadinejad também disse que as potências mundiais deveriam parar de ameaçar o Irã se quiserem obter resultados nas conversações sobre o programa nuclear do país. 
Em declarações à imprensa, o presidente não deu indicações sobre se será realizada a tentativa de conversações marcada para dezembro entre o Irã e seis potências mundiais - Rússia, Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Alemanha. 
- Se eles querem alcançar resultados positivos, deveriam parar de pensar como agressores. Há entre eles os que pensam como agressores, e eles acham que podem obter resultados positivos nos pressionando e nos ameaçando. 
Tanto o Irã como as potências expressaram intenção de se reunir para conversações em 5 de dezembro, mas não concordaram sobre o local. Ahmadinejad disse que o Irã propôs que o encontro seja realizado em Istambul, na Turquia, e as seis potências sugeriram Genebra. 
Os Estados Unidos e seus aliados suspeitam que o Irã esteja tentando produzir armas nucleares sob a fachada um programa de pesquisas para uso civil, acusação que Teerã nega.

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