segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Grupos de Caminhoneiros protestam em rodovias do Brasil


O Líder do movimento dos caminhoneiros, Ivar Schmidt diz que "a principal reivindicação do movimento nesse momento é a renúncia da presidente Dilma Rousseff"; as outras reivindicações da categoria, segundo ele, serão entregues para "o próximo gestor do país, caso consiga obter sucesso no nosso pleito".

Desde o inicio da manhã de hoje (9) grupos de caminhoneiros protestam com bloqueio em algumas rodovidas do país. Os manifestantes, convocados pelas redes sociais pelo Comando Nacional do Transporte, criticam o governo de Dilma Rousseff e pedem o afastamento da presidenta. De acordo com o movimento, há manifestações em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, no Tocantins, Paraná, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e em Pernambuco.

De acordo com um dos líderes do movimento no Rio Grande do Sul, Fábio Roque, a manifestação é sem cunho político. "Nós lutamos pela salvação do país, e isso só será feito a partir da deposição da [presidenta] Dilma, seja por renúncia ou por impeachment", disse à Agência Brasil.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está em alerta e informou não ter registrado grandes problemas nas rodovias em função do protesto. 

Entidades da categoria divulgaram notas em que criticam o protesto. Por meio de nota, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) classificou como imoral "qualquer mobilização que se utiliza da boa fé dos caminhoneiros autônomos para promover o caos no país e pressionar o governo em prol de interesses políticos ou particulares, que nada têm a ver com os problemas da categoria". A entidade disse não poder admitir que "pessoas estranhas, sem histórico algum de representação da categoria, utilizem-se do respeito que o caminhoneiro conquistou junto à opinião pública pela força e importância que exercem na economia do país", e que paralisações, greves e protestos são legítimos desde que organizados por entidades sindicais com prerrogativa legal, e deflagradas por meio de deliberação em assembleia geral.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), entidade filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), disse que os caminhoneiros estão sendo usados em prol de interesses políticos, e que o grupo não representa e não tem compromisso com a categoria. "Os caminhoneiros não precisam de mobilização para derrubar governo. Os caminhoneiros precisam de mobilização para regulamentar frete e preço de frete, para melhorar as condições de trabalho como pontos de parada com estrutura adequada, confortável e segura para atender suas necessidades. Quem realmente representa os interesses da categoria está trabalhando e lutando para concretizar as reivindicações dos caminhoneiros", disse a entidade por meio de nota.

Um vídeo publicado na página do Facebook do Comando Nacional do Transporte, grupo que convocou os protestos, mostra uma fila de caminhões fazendo buzinaço. Nos para-brisas dos veículos, estão escritas mensagens que pedem a saída da presidenta Dilma Rousseff. "Seu governo não tem mais legitimidade. O seu partido provocou a destruição do Brasil", diz a mensagem do comando na mesma rede social. Não foram identificadas nas postagens as reivindicações especificamente para a categoria.

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, disse hoje (9) que os caminhoneiros em greve não apresentaram uma pauta de reivindicações e que a paralisação tem como objetivo o desgaste político do governo.

Segundo ele, o governo da presidenta Dilma Rousseff respeita as manifestações e está aberto ao diálogo, mas não recebeu uma pauta para negociação. "Uma greve que se caracteriza com o único objetivo de gerar desgaste ao governo, ela vai de encontro aos interesses da sociedade brasileira", disse Edinho Silva.

No início desta manhã, um caminhoneiro que não aceitou participar do protesto teve o veículo apedrejado.

Brasil 247

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